Outro detalhe é poder aproveitar de maneira consciente aquele monte de sobras de tinta que sempre temos guardados, aí, um belo dia, chega uma cliente e precisa de uma correção, mas você não tem aquela tinta que ela usa, mas se utilizar aquelas sobras, poderá chegar ao tom e utilizar sem preocupação.
Chega de falar e vamos por a mão na massa. Lápis e caderno em mãos que agora irá aprender a utilizar a teoria.
Como iniciamos:
Vamos começar calculando com os tons de base:
tons de base, são misturados e calculados utilizando a matemática básica, isso mesmo, adição e divisão são as operações matemáticas utilizadas para calcular a altura de tom da coloração, dessa maneira:
5+6+8 = 19/3 = 6.3333333333
Legal, mas que bagunça é essa? Como saberei a altura de tom? Vamos à explicação:
Eu tinha entre minhas sobras um pouco de 5.0, um pouco de 6.0 e um pouco de 8.0, na mesma proporção nos três tubos. Ao misturar na cumbuca as tintas eu fiz a conta acima 5+6+8.
No papel ou na calculadora, somei os três números que totalizaram 19. Como foram misturados 3 tons, então dividirei 19 pela quantidade de tom que foi misturado, neste caso 3. Ficando assim: 19/3
O resultado dessa divisão foi: 6.33333333333. Aí você me pergunta: Então o tom é 6. 33?
A resposta é: Não
O valor encontrado foi 6, sempre o número antes do ponto será nossa referência, mas também poderia resultar em um tom 7. Mas como isso? Aí é onde entram os números depois do ponto (.) .33333333
Se depois do ponto, o número for maior que 5, ou seja .6666, ou .789, então o resultado seria um tom 7. Simplificando:
6.33333333 = 6
6.5 = 6
6.11111 = 6
6.65489 = 7
6.77777 = 7
6.6 = 7
Se em nossa utilização for a mistura de dois tons, ex.: 4.0 + 6.0 então o resultado ficaria assim:
4+6 = 10 / 2 = 5
Explicando:
4+6 = 10, isso é fácil certo, 10 divido por 2 tubos, que foram utilizados na mistura é = 5
sendo assim, se misturar 4+6, terá uma coloração 5.0 para ser utilizado no cabelo da sua cliente!
Darei continuidade em próximas publicações, pois a quantidade de informações é extremamente longa e razoavelmente complicada. Mas com calma, e treino, conseguirão absorver bastante informação.
Pratique o cálculo utilizando várias misturas diferentes, comece misturando 2 tons e vai aumentando conforme for se sentindo mais seguro. Assim que tiver total segurança em calcular no papel, e ter certeza que o tom encontrado é o tom a ser aplicado, então, convide umas amigas, que aceitem ter seus cabelos tingidos utilizando-se apenas de misturas de base. Não vale aplicar um único tom heim, tem que utilizar pelo menos 2 tons diferentes.Entenda que, antes do ponto (.) é a base, é aplicado uma conta simples de matemática usando a soma e divisão, mas os números que vem depois do ponto (.) não representam valores e sim CORES.
Então agora você deve estar se perguntando: Como vou calcular isso? É um pouco complicado, mas com paciência e dedicação conseguirá entender como tudo funciona.
Primeiramente precisamos nos lembrar das cores e suas referências numéricas, que são elas:
- 1 = Cinza
- 2 = Irizé/ Irizado (violeta)
- 3 = Dourado
- 4 = Cobre
- 5 = Acajú
- 6 = Vermelho
- 7 = Marrom (junção das 3 cores pirmárias podendo ser considara 0 no caso de mistura)
E agora, vamos traduzir e separar essas cores de acordo com sua formação:
- Cinza = Azul 100%
- Irizado = Azul 70% + Vermelho 30%
- Dourado = Amarelo 100%
- Cobre = Amarelo 50% + Vermelho 50% (Laranja)
- Acajú = Vermelho 70% + Azul 30%
- Vermelho = Vermelho 100%
- Marrom = Azul + Amarelo + Vermelho (neutro)
Agora é que começa a ficar complicado, pois dessa maneira, teremos que nos educar nossos olhos para enxergar cores nos números, e calcular de um jeito muito diferente ao que estamos acostumados.
Vamos começar bem devagar, utilizando apenas duas misturas certo, e sempre inteiros, em proporções iguais, considerando 1 tubo de cada tinta.
Imaginando que uma cliente com cabelos castanhos claros naturais, ou seja de base 5 entra em nosso salão e quer os cabelos com um tom Acobreado, mas que não fique tão laranja, nesse caso, precisaria ficar um pouco mais avermelhado, então, como conseguiríamos isso?
Nesse momento é que entra o fundamento da matemática da colorimetria, descobrirmos qual cor poderá misturar para chegarmos ao tom desejado, antes mesmo de aplicar a tinta no cabelo da cliente e termos uma surpresa desagradável.
Neste caso, fugiremos um pouco apenas de acordo com a proporção, pois utilizaríamos ¾ de um tubo de tinta 5.4 e ¼ de 5.6. Nessa quantidade, conseguiríamos a mistura 5.46, que resultaria num tom cobre levemente avermelhado.
Calculando:
Esquecendo-se das bases, vamos nos concentrar apenas nas cores:
.4 = cobre (Laranja) = amarelo + vermelho
.6 = vermelho
Então vemos que temos 2 vermelho e 1 amarelo, se misturarmos em quantidade igual, vamos deixar o cabelo da cliente vermelho, mas como reduzimos a proporção, é como se o tom predominante fosse o laranja com um REFORÇO de vermelho, não alterando totalmente a cor.
Agora misturando em partes iguais:
.4 + .6 = amarelo + vermelho + vermelho
Temos então o vermelho predominando o amarelo, então, podemos entender o resultado da seguinte maneira:
.4 + .6 = .64
Isso porque teremos mais vermelho que amarelo e resultará num tom vermelho reforçado pelo cobre, atingindo um tom mais quente, ou vermelho fogo.
Misturando:
.5 + .6 = vermelho + azul + vermelho
Então:
.5 +.6 = .61 (lembrando que o 1 é cinza, composto de azul)
Misturando:
.4 + .3 = amarelo + vermelho + amarelo
Então:
.4 +.3 = 34 (tom que pode ser denominado por algumas marcas de TERRA)
Um detalhe que devem notar a cor que mais é colocada predomina, e por isso é colocada na frente e deve ser mais levada em consideração, no caso acima: amarelo + amarelo é = amarelo em maior proporção, por isso (.3) e sabendo que o vermelho não é puro, é misturado com outro amarelo e por isso não se coloca vermelho ou .6, ficando .36 (isso manteria o mesmo cobre mais alaranjado e não avermelhado).
Fique atento a quantidade misturada, pois quanto mais de uma cor, teremos menos de outra, fazendo com que ela seja apenas um apoio na cor e, por isso, sendo colocada por último.